28 de mar. de 2011

Trabalhadores que completam meio século na empresa contrastam com mercado atual

Trabalhadores que completam meio século na empresa contrastam com mercado atual Você já se imaginou ficar 50 ou 40 anos trabalhando na mesma empresa? No contexto atual, parece pouco provável. Mas Oscar Gottesmann e Mário Otto provam que idade e tempo de casa não são motivos para pendurar as chuteiras. Eles ainda fazem questão de arregaçar as mangas em nome da empresa. Esta dedicação toda rendeu ao cinquentenário Oscar uma homenagem, nesta semana. Todo o setor de engenharia da produção da Cia Hering se mobilizou. Rodeado por fios e máquinas de costura, ele recebeu o carinho da equipe de trabalho.

Eram 15h de segunda-feira quando o setor literalmente parou. Logo na entrada, um cartaz com fotos demonstrou um pouco da trajetória do funcionário. Cerca de 100 empregados estavam de olhos voltados ao colega que completou bodas de ouro na empresa. Com os olhos marejados, “seu Óscar”, como é carinhosamente chamado, chegou a ficar encabulado na cerimônia. Em frente aos colegas, 70% deles mulheres, ouviu palavras afetuosas da direção da empresa e recebeu uma placa em homenagem à data. Dos colegas, uma televisão.

Aos 70 anos de idade, 30 de aposentadoria, e com alegria contagiante, seu Óscar falou sobre o segredo de se manter há tanto tempo na mesma empresa:

– Cinquenta anos não é lá tanta coisa assim. Passou tão rápido. O segredo? Serviço até a orelha e dívida até o pescoço – disse, gesticulando e arrancando sorrisos do grupo que o parabenizava.

Passada a descontração, seu Óscar falou que o importante não é só o salário, mas é fundamental gostar do que se faz. E este é o conselho que ele dá aos jovens: não escolher qualquer curso ou qualquer faculdade. Mas sim, fazer o que gosta.

Nos 130 anos da Hering, apenas três casos semelhantes foram registrados

Natural de Blumenau, Oscar foi ainda criança ao Paraná, onde a família morou por 10 anos. Ao retornar, na idade de 21, precisou trabalhar. O primeiro emprego foi na extinta unidade Meias Hering. Em seguida atuou na unidade Omino, sendo o responsável pela transferência das máquinas de costura. Hoje, é responsável pelo desenvolvimento de projetos e equipamentos especiais para as máquinas de costura. Ou seja, se há problema com alguma máquina, ele resolve. E a “oficina” fica numa sala pertinho do setor.

O diretor-administrativo da Hering, Carlos Tavares D’Amaral, observa que em 130 anos de existência da empresa, foram registrados apenas três casos de funcionários que completaram bodas de ouro no trabalho. Ele falou da importância da dedicação de “seu Óscar” e salientou que, apesar de estar com 70 anos de idade, ele ainda continua produzindo:

– Isto prova que a idade não faz a pessoa diminuir o ritmo de trabalho – disse, também emocionado.

As colegas de trabalho demonstraram carinho e orgulho de ter um colega como o cinquentenário Óscar.

– Ele é alegre, divertido e trata todo mundo igual. É um exemplo de amor às pessoas e à empresa. As mulheres, ele chama de “minhas fofas” – lembra a colega, Teresinha Aparecida da Silva, que trabalha há 10 anos na empresa.

Fonte: Jornal de Santa Catarina

Veja: http://www.dpempresarial.com.br/noticias.php?id=12