28 de mar. de 2011

Casos de bodas de ouro são raros

Consultores de Recursos Humanos se surpreendem quando se deparam com casos como o de Oscar Gottesmann. Ficar 50 anos na mesma empresa é hoje uma situação rara. Paulo Sérgio de Souza, diretor executivo de uma consultoria, destaca que há 30 anos o mercado valorizava quem trabalhava mais tempo na mesma empresa. Hoje é o contrário: valoriza-se mais quem tem experiência em várias empresas,porque agregam conhecimentos em áreas diferentes.

– Com o mercado aquecido, há mais oportunidade e a rotatividade aumenta – afirma o diretor.

Esta rotatividade se observa mais na chamada geração Y (pessoas entre 20 a 30 anos). Para a supervisora de recrutamento Alessandra Ensslin Buzetto, é esta faixa etária que busca coisas novas.

– Quando elas veem que já contribuíram com a empresa, buscam novas ofertas. E a rotatividade atinge todos setores: do operacional aos cargos estratégicos.

No primeiro caso, estaria relacionado à busca de mais benefícios e aumento no salário. Nos cargos estratégicos, a motivação pela rotatividade é basicamente a ascensão e aprendizado. Segundo os consultores, para manter os bons funcionários as empresas investem em programas de cargos e salários e na chamada retenção de talentos. A oferta de cursos, entretanto, é uma faca de dois gumes: a empresa qualifica o profissional, mas sabe que, com qualificação, ele pode buscar novas ofertas. A geração Y, que tem sede de conhecimento, fica cerca de um ou dois anos no mesmo emprego.

– Esta geração já entrou no mercado sem garantia de permanecer até se aposentar e não se preocupa com isso. Gosta de ambientes desafiadores – diz Souza.

Enquanto isso, pessoas que têm acima de 20 anos de trabalho na mesma empresa teriam dificuldades de recolocação no mercado de trabalho.

– Geralmente, a pessoa está fazendo o mesmo trabalho ou dentro do mesmo segmento por muito tempo. Acomoda-se e não investe em estudos. Ela detém conhecimento das práticas e têm estabilidade.

Fonte: Jornal de Santa Catarina