26 de ago. de 2013

“As pessoas exigem mais dos líderes”

Entrevista: James Hunter, escritor

Ele é tão popular no Brasil que tem até um site “.br”. O escritor americano James Hunter é conhecido por sua obra – o livro O Monge e o Executivo, que vendeu 3,5 milhões de exemplares no mundo e está na lista dos mais vendidos desde o lançamento, em 2004. No caso, uma obra que teve um título não traduzido, mas adaptado, com quase mais sucesso do que o original, The Servant. Tanto que, agora, Hunter prepara a publicação de uma continuação que deverá se chamar, em inglês, The Monk and The Manager.

Um dos conceitos do livro é a liderança servidora, que recomenda inspirar e influenciar as equipes a fazer a coisa certa em vez de aplicar métodos de comando e controle, baseados na autoridade e na ameaça.

Hunter é consultor-chefe da J.D. Hunter Associates, LLC, empresa norte-americana de consultoria de relações de trabalho e treinamento fundada em 1985. Tornou-se também instrutor e palestrante, principalmente na área de liderança funcional e organização de grupos comunitários. Nesta entrevista, concedida ao jornal Zero Hora, do Grupo RBS, ele fala sobre o perfil de liderança do brasileiro e revela que pretende finalizar uma nova obra até o fim deste ano.

O senhor acredita que o conceito de liderança servidora expresso em O Monge e o Executivo ainda tem espaço no ambiente coorporativo de hoje, em que os líderes, muitas vezes, têm de tomar decisões que colocam o lucro em primeiro lugar?

James Hunter - Sim! As ideias expressas em meu livro têm sido válidas por milhares de anos e são mais necessárias agora do que nunca. As pessoas estão se revoltando contra más lideranças em países como Tunísia, Egito, Síria e até mesmo no Brasil. Hoje, as pessoas estão exigindo mais de seus líderes nos aspectos políticos e de negócios.

As empresas estão investindo o suficiente para preparar seus líderes? Essa preparação melhorou nos últimos anos?

Hunter - Definitivamente, não. Nos EUA, está melhorando bastante, mas ainda há muito a ser feito. Acredito que o Brasil está avançando nessa direção, o que é evidenciado pelo interesse por meus livros. Porém, é necessário aumentar o ritmo rapidamente para criar grandes líderes.

É muito difícil para um líder usar a autoridade sem deixá-la se transformar em abuso de poder?

Hunter - Se as pessoas têm poder, há uma oportunidade para abuso, e essa é a razão pela qual a humildade é uma qualidade importante para a liderança.

O mundo dos negócios mudou muito desde que seu livro foi lançado? Não enfrentávamos uma crise econômica mundial.

Hunter - Nos EUA, o mundo corporativo está se tornando cada vez mais receptivo à liderança servidora. Essa aceitação tem sido construída ao longo dos anos e agora é um lugar-comum. É um desenvolvimento maravilhoso. No Brasil, por exemplo, o sucesso dos meus livros mostra uma verdadeira fome das pessoas por esse tipo de liderança.

Quais as maiores dificuldades que as grandes empresas enfrentam para desenvolver novos líderes?

Hunter - A maior dificuldade é a compreensão do fato de que liderança é conhecimento específico, uma habilidade adquirida e, como tal, precisa de tempo e esforço para ser aprendida. Quando as empresas aceitam essa realidade, podem alocar os recursos necessários para auxiliar as pessoas nesse desenvolvimento crucial.

O estilo de liderança brasileiro é muito diferente do americano?

Hunter - A liderança no Brasil é mais do tipo “comando e controle” do que a liderança servidora exige. Mas o mesmo também ocorre nos EUA. A diferença é que lá a mudança já vem ocorrendo há quatro décadas, e o movimento em direção a uma liderança melhor está se dando mais rápido do que no Brasil.

O senhor já disse que gosta muito da tradução de seu livro The Servant para o português (que virou O Monge e o Executivo em lugar do original O Servidor), tanto que planeja usá-lo em uma próxima obra. Quando esse novo livro será lançado?

Hunter - Estou com cerca de 75% do livro pronto e espero completá-lo até o final do ano. A história será sobre o retorno ao monastério e os personagens discutirão sobre mudanças ou a falta de mudanças em suas vidas. O monge irá ensiná-los mais sobre a liderança servidora, assim como a desenvolver uma cultura de equipe de alta performance nos lares e ambientes de trabalho.

Apesar do sucesso de seus livros, ainda há muitos casos de empregados que querem pedir demissão de seus chefes, e não necessariamente de seus empregos. Por que é tão difícil de aplicar na vida real os princípios abordados em seus livros?

Hunter - A liderança servidora requer esforço. Mandar nas pessoas e gritar com elas é fácil e requer pouco esforço. Construir relações autênticas com empregados exige muito. O grande líder servidor trabalha muito duro para chegar nesse nível. Líderes fracos são essencialmente líderes preguiçosos.

Fonte: Jornal de SC 

14 de ago. de 2013

Entrevista para Rádio Pérola FM - Timbó


“A DP Empresarial agradece a Rádio Pérola FM, em especial o comunicador Volnei Fernandes, pela confiança!” 



Hoje no Jornal da Perola, Volnei Fernandes entrevistou a Srta Cátia Calliari Gerente Regional da DP Empresarial... Cátia falou sobre o grande número de vagas de emprego disponíveis na cidade e da dificuldade de fechar essas vagas por falta de profissionais qualificados... são funções que exigem um conhecimento especifico, conhecimento que pode ser adquirido no dia a dia, na prática, não necessariamente através do investimento em algum curso. A questão fundamental é que, as pessoas precisam ficar tempo suficiente nas empresas para adquirir esse conhecimento especifico, este é um dos problemas causados pela rotatividade, temos mão de obra que não se especializou em nada, sempre em "treinamento/contrato de experiência"..... no momento existem mais de 90 vagas a serem preenchidas, dentre as mais difíceis de fechar ela destacou: 

*costureira

*tecelão

*talhador

*mecânico de automóveis

*padeiro

*serviços gerais

*impressor

*jardineiro

*açougueiro

*marceneiro....

7 de ago. de 2013

Quem ajuda mais tem mais chances de subir na carreira


Segundo a pesquisa, o exercício da cidadania organizacional — que o Insper define como a disposição a dar um apoio que excede o escopo do trabalho para beneficiar a companhia ou um funcionário — pode contribuir para que o profissional que prestou o auxílio seja recomendado por colegas em projetos e vagas de trabalho.
De acordo com o estudo, atitudes positivas direcionadas a uma equipe funcionam melhor do que gestos direcionados a apenas uma pessoa. "Funcionários confiam mais em quem olha para a coletividade", diz Sean White, psicólogo e especialista do núcleo de carreiras do Insper, um dos responsáveis pela pesquisa.
Em sua opinião, é importante prestar atenção nas demandas do grupo para reforçar contatos. Relações estabelecidas fora do ambiente de trabalho, como em happy hours, encontros em associações, clubes ou igrejas, também conduzem à recomendação.
"Quem se doa para os outros tende a ter um crescimento mais rápido", afirma Fernando Schmitt, diretor de unidades regionais da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham). Segundo ele, a con­s­ciên­­cia de que a aprendizagem do grupo importa mais do que a individual é uma das características dos profissionais de sucesso.
"Meu lema é fazer para ter, pois nada vem de graça", diz Felipe Siqueira, de 33 anos, controller da subsidiária uruguaia da White Martins, fornecedora de gases industriais. Felipe diz que o segredo de manter bons relacionamentos no trabalho (e fora dele) é o comprometimento com a empresa e com os colegas de trabalho. 
A receita também exige que o profissional não espere retorno imediato por sua benevolência. Para chegar aonde chegou, Felipe assumiu alguns desafios e sempre manteve a disposição para contribuir. Em 2011, quando era gerente interino de controles internos na White Martins no Brasil, resolveu ser voluntário em um projeto da empresa na Venezuela, já que nenhum dos executivos convidados aceitou ir. Não haveria aumento de salário nem promoção, e ele teria de embarcar em uma semana. 
"Decidi ir para contribuir e mostrar que estou disposto a assumir desafios", afirma. Deu certo. Depois de três meses, ele voltou para o Brasil e assumiu a gerência de uma nova área. Após um ano, foi convidado a gerenciar todas as áreas­ ligadas a finanças na unidade da empresa no Uruguai.
Mas nem sempre essa ajuda exige sacrifícios. Ela pode estar em pequenos gestos, como orientar alguém a organizar melhor suas pastas de e-mail ou se oferecer para marcar reuniões e almoços. "Quando você se mostra solidário, ganha notoriedade.
É como se estivesse acumulando créditos para outros projetos", diz José Augusto Minarelli, presidente da Lens & Mi­narelli, consultoria em recolocação e aconselhamento de carreira, de São Paulo. Quanto mais disposição você tiver em ajudar o outro e em pensar além de sua área, mais as pessoas vão confiar em você e lembrar seu nome na hora de um novo trabalho. No fim, todos ganham.
Como contribuir
Quatro atitudes que reforçam a chamada cidadania organizacional
1 Esteja disponível
Para se destacar, é necessário ter disposição para ajudar os demais. A capacidade técnica importa, mas o profissional que vai além de sua função pelo bem-estar do grupo cresce muito mais do que aquele igualmente capacitado que apenas age dentro de sua área.
“Colocar-se no lugar do outro deve permear tudo o que fazemos”, diz Christiano Bergman, de 40 anos, gerente de pós-venda da Bematech, empresa de automação comercial de Curitiba, que no dia a dia costuma agir dessa forma.
Segundo ele, existem muitas ações que podem facilitar a vida de quem trabalha na mesma empresa, como se mostrar disponível para tirar eventuais dúvidas sobre prazos, custos e processos e sempre entregar um trabalho bem-feito.
2 Faça aquilo que ninguém quer fazer
Sabe aqueles trabalhos mais operacionais que ninguém quer fazer, como marcar reuniões ou almoços e reservar salas para eventos? Solidarizar-se para ajudar nessas tarefas mostra que você olha para a empresa de forma geral e não se importa em fazer atividades mais técnicas. Outra sugestão interessante é auxiliar as pessoas a realizar essas tarefas de maneira mais rápida, se você tem facilidade para isso.
“Sempre há um atalho que pode facilitar a vida de alguém. O Excel, por exemplo, possibilita concluir praticamente qualquer estudo de demanda, venda, controle e resultado”, afirma Victor Vieira, de 27 anos, gerente da rede de prestadores da Fácil Assit, empresa de assistência 24 horas, de São Paulo. 
3 Compartilhe conhecimento 
Se você tem domínio sobre algum processo, como redigir propostas e navegar nas redes sociais, ou tem facilidade em um segundo idioma, e percebe que um colega está com dificuldade, tente ajudá-lo.
Não se trata de fazer por ele, e sim de orientá-lo. “O que para alguém é uma dificuldade, para você pode ser algo simples”, afirma Fernando Schmitt, diretor de unidades regionais da Amcham Brasil. Por que não ajudar um colega a finalizar uma planilha? Isso gera empatia.
4 Saiba receber 
Seja atencioso com quem chega à empresa ou muda de área. Mostrar como são os projetos e apresentar as pessoas são atitudes simples, mas que mostram solidariedade.
Quando ainda estava na sede da White Martins no Brasil, Felipe Siqueira se lembra de ter trabalhado mais para ajudar uma funcionária que havia acabado de trocar de área. “Ela ainda precisava dar atenção ao antigo setor. É uma troca”, diz Felipe. “Quando precisei, também obtive ajuda.”

Fonte: Revista Exame