30 de mai. de 2011

Mais emprego entre os jovens e idosos

Os dados do Ministério do Trabalho revelam que Santa Catarina alcançou R$ 1,96 milhão de empregos formais em 2010 graças a um crescimento de 7,14%, que representou a criação de 131,3 mil vagas. Os mais jovens e mais velhos foram as faixas etárias que apresentaram maior aumento. As causas são diferentes, afirma Lauro Mattei, professor de economia.


Em relação aos jovens de 16 e 17 anos, que viram a participação no mercado subir 21,42%, as razões são os programas do governo federal que dão incentivo fiscal a empresários. Ele citou o Jovem Aprendiz e 1º Emprego e ressaltou que a base de comparação é pequena porque incide sobre 33,3 mil profissionais em 2009. O professor acredita que se os benefícios forem extintos o número de vagas criadas para esta faixa etária cai drasticamente.


O técnico do Sine em SC Osnildo Vieira Filho considera o dado preocupante porque esta é uma idade de dedicação aos estudos. Ele revela que 75% dos adolescentes de 17 anos permanecem 41 horas ou mais por semana no trabalho e questiona como nessas condições a profissão pode ser conciliada com a sala de aula. Lembra que os empresários querem profissionais de qualidade, mas este modelo não permite formação adequada.


Quanto aos mais velhos, o professor da UFSC tem explicações diferentes. Mattei diz que pessoas entre 50 e 64 anos precisam continuar trabalhando por causa do fator previdenciário, período adicional de contribuição antes de conseguir a aposentadoria. Nesta faixa etária, o aumento foi de 13,23%, o que representa novos 25.595 empregos sobre os 193.520 existentes em 2009.


O índice de pessoas com mais de 65 anos que arrumaram trabalho em 2010 foi de 17,83% e representou 1.439 novas vagas na comparação com uma base bastante pequena de 8.070 postos em 2009. A necessidade e não a vontade faz os idosos irem ao mercado, de acordo com o professor. Para ele, a aposentadoria acaba corroída, os gastos com saúde aumentam e não restam alternativas. Mattei diz que pessoas idosas procurando empregos formais é um fenômeno desta década.


O técnico do Sine ressalta que o fenômeno tem duas consequências negativas. A primeira é impedir que os idosos possam descansar depois de anos de trabalho. A outra é que essas pessoas competem com os mais novos e diminuem a oferta de vagas.


Fonte: Jornal A Notícia