5 de abr. de 2011

Mais qualificadas, mulheres são minoria nos cargos que pagam mais

A mulher tem conquistado mais espaço no mercado de trabalho catarinense. É o que indicam os dados do Caged publicados nesta sexta-feira em relatório do Sistema Nacional de Emprego.

Os dados apontam que o mercado de trabalho formal em Santa Catarina apresentou uma expansão significativa nos últimos 25 anos, sendo que a partir do final dos anos 90 este crescimento foi mais expressivo. Enquanto para todo o período a taxa de crescimento média foi de 3,9% ao ano, na segunda metade do período (a partir de 1998), a expansão média foi de 6,2% ao ano.

A leitura dos dados mostra que o emprego feminino cresceu numa velocidade ainda maior que o emprego masculino, alcançando uma taxa média anual de 5,1% contra 3,2 % do emprego masculino, tomando por base todo o período (de 1985 a 2010).

Participação inferior

Considerando-se apenas a segunda metade do período (a partir de 1988) o crescimento médio anual foi de 7,6% para o emprego feminino contra 5,2% do emprego masculino.

Apesar deste crescimento mais intenso do emprego feminino, a sua participação no total de postos de trabalho formais, ainda é bem inferior a sua participação no total da população ou entre a população economicamente ativa.

Nos últimos 25 anos a participação feminina no mercado de trabalho formal aumentou gradualmente e avançou numa proporção de apenas 10,6 pontos percentuais. Com isso, a participação dos homens reduziu-se de aproximadamente 67,0% em 1985 para 56,4% em 2010, enquanto a feminina cresceu de 33,0% para 43,6% no mesmo período.

Esta tendência vem se ratificando anualmente desde o inicio da série histórica, com interrupção apenas em 1987 e 1988.

Carteira assinada

A movimentação da mão-de-obra com carteira assinada registrada pela pesquisa aponta que no último ano, em termos absolutos, a expansão do emprego em relação ao gênero foi mais favorável para os homens.

Foram criadas 100.981 vagas no Estado, sendo que aproximadamente 51,3% ocupadas por homens e 48,7% ocupadas por mulheres. Apesar desta taxa ser inferior a expansão masculina, a participação feminina na geração de emprego no ano passado (48,7%) foi superior à proporção de mulheres verificada no total de empregados no Estado (43,6%).

Escolaridade

Em relação à escolaridade dos trabalhadores que se inseriram no mercado de trabalho no ano passado, aproximadamente 74,6% tinham pelo menos o ensino médio completo.

Para os níveis mais elevados de escolaridade (superior incompleto e superior completo), o número de empregos gerados para mulheres (7.632) superou o número de vagas para os homens (5.397). Em outras palavras, para cada grupo de 10 trabalhadores com escolaridade superior completo ou incompleto, seis eram mulheres e quatro eram homens.

Utilizando-se outra medida para avaliar o nível de escolaridade dos trabalhadores admitidos com carteira assinada no ano passado, verifica-se que as mulheres tinham, em média, 10 anos de estudo enquanto os homens tinham 9,3 anos.

Com uma oferta de mão-de-obra mais escolarizada no conjunto da força de trabalho, especialmente na oferta feminina, gradualmente vem se alterando a composição do emprego no Estado no que se refere à escolaridade e gênero.

Isto mostra que as mulheres, mesmo ainda sendo minoria no mercado de trabalho formal, proporcionalmente estão mais presentes nos grupos com maior perfil de escolaridade.

Salário

Os dados do Caged registram que, em 2010, a remuneração nominal média mensal de contratação foi de R$ 805,74, sendo de R$ 861,09 a remuneração masculina e R$ 728,95 a remuneração feminina.

Cerca de 65,2% dos trabalhadores formais foram contratados com remuneração de até 1,5 salários mínimos, sendo de 77,4% a participação entre as mulheres e de aproximadamente de 56,4% entre os homens. Nas faixas seguintes (entre 1,51 e 3,0 salários mínimos, entre 3,0 e 5,0 salários mínimos e mais de 5,0 salários mínimos), a situação se inverte e apresenta-se uma maior concentração masculina.

A remuneração média feminina é inferior a masculina em todos os níveis de escolaridade, sendo as maiores diferenças verificadas nos graus de instrução superior incompleto e superior completo. No primeiro, as mulheres foram contratadas ganhando em média, 20,3% menos que os homens e no segundo, 35,3% menos.

A partir da leitura dos dados da pesquisa, é possível observar que as mulheres estão, proporcionalmente, em maior número nas ocupações que oferecem as menores remunerações e os homens, ao contrário, são predominantes nas ocupações que praticam salários maiores.

Fonte: www.economiasc.com.br

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